sábado, 30 de maio de 2009

Cheetos X Notebook X Grávida?

To super afim de comprar um notebook. Vejam que eu ainda não consegui decidir qual. E como estou trabalhando e nem estou saindo com ninguém, não tenho outra coisa para me distrair. Passo horas e mais horas pesquisando características e preços na internet, fazendo contas. Aí eu fui ao Carrefour, queria ver se tinha notebook lá. Tem notebook sim: por que é que um lugar onde vende cebola, carne moída e milho enlatado não teria notebook? Mas eu não fiquei feliz com nenhum, queria voltar pra casa, mas não sem antes pegar um pacote de Cheetos. E cadê o pacote de Cheetos, hein? Não tinha o tradicional 66g, só tinham os de 70 quilos e de 10 toneladas. Será que as pessoas perderam o bom senso em matéria de Cheetos? Então saí andando por todo o mercado atrás do tradicional 66g, mas não tinha mesmo. Tinha só uma moça com a barriga de fora. Barriga gostosa. Eu levaria a barriga gostosa dela no lugar do Cheetos. Quis fazer isto antes que ela engravidasse: por qualquer motivo pensei na hora que ela podia engravidar e botar tudo a perder. Barriga de grávida não é bem uma coisa que me causa admiração, muita gente me condena por isto, mas não devia. Porque o público alvo da barriga de grávida é o bebê, não eu. Ele é quem tem que achar grande, espaçosa, etc, eu não tenho planos de morar dentro de uma barriga, não me interessa. Bem, uma vez eu quase aluguei o quarto da crente louca, então vocês podem ver que barriga de grávida realmente não está no meu universo de opções. Peguei um Fandangos, nenhum notebook e fui embora pra casa. Melhor assim.

terça-feira, 26 de maio de 2009

“Para o alto e avante!”




Eu tava andando na rua e vi isso aí grudado na porta de uma casa. Fui obrigado a tirar uma foto. Ninguém ia acreditar se eu não tirasse. Considerando que foi nas imediações do aeroporto, eu penso na possibilidade do dono da casa querer alugar o tal quarto para um aeronauta. Ou, então, ele quer que seu hóspede seja, específicamente, o ilustríssimo senhor Marcos Pontes (
1º Astronauta Brasileiro).

Acho que é porque a suíte superior fica mais próxima de Saturno, não sei...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Falta de Inspiração

(O pior de ter um blog em crise de falta de assunto - que é mais um certo saco cheio do que propriamente uma falta de assunto - é que aquela inspiração para escrever algo bacana - e algo bacana não é algo necessariamente legal, é alguma coisa que eu vou gostar de ter escrito - vem cada vez menos. Essa inspiração é mais ou menos assim: você começa a pensar sobre qualquer coisa e, quando ve, tem algo planejado para dizer sobre aqui. Começo, meio, fim e pelo menos uma pequena menção sobre mulher pelada. Mas isto acontece sempre numas horas meio nada a ver e meio sem querer. Era muito comum eu escrever posts mentalmente enquanto dirigia. Na época que eu dirigia pelo menos 2 horas por dia. Hoje em dia eu nem dirijo mais, então não tenho mais este tempo para pensar bobagem. Aí como hoje de manhã: vejam, eu fiquei acordado até 01:00 da manhã. Acordei às 7:30 sabe se lá como e fui tomar café. Voltei para dormir mais e, antes de pegar no sono, pensei num post inteirinho. E aí eu penso "se eu não anotar agora, vou esquecer". Mas penso "pera lá, isso é só um blog e meu sono é mais importante." E é mesmo... mas agora, que eu acordei de vez, cadê o post? Então você aí pode fingir que leu algo legalzinho aqui, mesmo não tendo sido o caso. Só pra me deixar feliz).


(Tenho certeza de que outras pessoas que gostam de escrever passam por isto. Até o Paulo Coelho.)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

"Paisis, filhis, espiritis santis", disse o Padre Mussum

Foi ontem mesmo que falei com um amigo (que não tem mais link pra eu colocar aqui) sobre como ônibus são meros meios de transporte pra mim. Não só ônibus, como trens, o metrô etc. Disse isso porque tenho dois amigos que iniciaram namoros com meninas que conheceram nos transportes públicos diários. Um, num metrô lotado e outro, dentro de um ônibus. Comigo nunca acontece isso, mas enfim.

Quando saio de casa para o trabalho, meu objetivo é claro: sair de casa para o trabalho. Ir de um ponto a outro, preferencialmente sem me atrasar. E é isso, acabou. Sempre levo alguma coisa pra ler, só pra tornar o trajeto menos entediante. E não digo isso porque fique de mau humor de manhã ou coisa do gênero. É só porque, na minha cabeça, o nome "transporte" tem tudo a ver: locomoção.

Sabendo disso, agora imaginem esta cena: quinta-feira passada, estava indo da minha casa até o trabalho no ônibus de sempre, lendo minha habitual revista-de-trajeto, quando sou abordado. Segue o diálogo.

- Com licença, posso te interromper?
- Ahn.
- Eu percebi que você tem um problema de visão.
- Ahn-ran.
- Sabia que essa revista te faz mal?
- Ahn?
- Essa revista é negra, ela faz mal pra sua vida. Mas Jesus pode te curar!
- Ai...
- Venha pra junto do Senhor e você vai sarar.
- Escuta, você acabou de falar que a revista é negra. Isso, pra mim, é um preconceito muito grande.
- Ela te faz mal, mas você pode ser uma pessoa melhor. Você não quer melhorar?
- Olha, você falou com o ateu errado.

Quando falei isso, o cara se assustou um pouco - como sempre acontece, diga-se de passagem - e levantou porque o ponto dele tinha chegado. Falou mais um negócio sobre Jesus ser grande, mas aí já não tinha jeito. Já tinha me irritado e não gosto quando isso acontece. Respondi "e o meu é enorme", mas me arrependi logo em seguida. Em qualquer outra situação, respeitaria a ferro e fogo a religião daquele cara, mas odeio ser desrespeitado. Aliás, o que menos gosto nas religiões é que todas se dizem certas. As mais certas, melhor dizendo. O que é engraçado e triste ao mesmo tempo, pois uma constante a todas as religiões/crenças/doutrinas é o respeito às pessoas. Nestes casos, parece que incluíram uma condição de que só os adeptos daquela religião/crença/doutrina merecem ser respeitados. Assim sendo, os outros estarão errados.

Pessoalmente, odeio o conceito de "certo X errado" de uma religião sobre outra. Mesmo eu não digo que estou mais certo do que o resto do mundo, apenas adotei o que achei melhor para mim. Como fazem todas as pessoas que seguem uma religião/doutrina/crença. Quero dizer, as que seguem os ensinamentos de verdade, não as que adaptam uns e outros como melhor lhes convém.

Enfim, sei que o cara que me abordou no ônibus não era porta-voz de toda uma comunidade religiosa, portanto não quero que pensem que estou condenando os evangélicos pelo que ele fez. Agiu mal, mas foi uma só pessoa. Pessoalmente, estou sempre aberto ao diálogo. Desde que em pé de igualdade.

Agora vou ali, ficar ansioso. Mas volto quando isso passar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Estados e Capitais

Tá que eu também não posso falar muito não porque o nordeste para mim sempre foi um mistério. E alguém vai poder falar de mim como a gente fala de quem acha que a capital do Brasil é Buenos Aires. Mas eu não consigo mesmo distinguir os estados do nordeste. Eu simplesmente não uso o nordeste. É como a fórmula de báscara: a gente sabe, ela é óbvia por muitos anos da nossa vida e não é difícil de entender. Mas quem lembra a fórmula de báscara com 28 anos é um anormal. Ou professor de matemática. (Nem venham com querer deixar um comentário com a fórmula de báscara dizendo "eu sei, tá?", porque com Google a gente sabe tudo nesta vida). Aí eu olho para o mapa do Brasil, foco no nordeste e vejo aquele monte de Estados pequenos amontoados, uns em cima dos outros, meio querendo ser um só, e não consigo saber qual está em baixo, qual está em cima e qual está do lado. Para mim é tão fácil quanto abrir uma panela de dobradinha e procurar uma lógica naquilo. Alguém deve achar a lógica, mas certamente que não fui eu. Quando precisa associar com as capitais então, aí vish, porque eu confundo tudo mesmo. Às vezes troco nome de capital por nome de Estado e vice-e-versa. Tento compensar esse tipo de coisa quando viajo pensando "estou indo para Fortaleza, que é a capital do Ceará", deste jeito bem didático. Bem retardado. Para ver se eu aprendo. Mas se você der um mapa para mim, não vou saber apontar Ceará ou Fortaleza. Então o assunto "Estados e capitais do Nordeste pode formar a trilogia das coisas que quando me explicam eu entendo, mas eu deixo de entender cinco minutos depois. Os outros dois vértices da trilogia são a questão da palestina e as regras do truco. Eu simplesmente não assimilo estas informações.

Mas enfim: pensei tudo isto porque estes dias fui conversar com uma amiga que ia para Cuiabá e ela me pergunta se Cuiabá é quente. Respondi que nunca tinha ido, mas que não tinha como não ser um lugar quente. Mas onde é Cuiabá? e é no Mato Grosso. Mas ONDE É O MATO GROSSO? Talvez no meio das pernas da Claudia Ohana, mas preferi responder que era como ir pra Brasília, só que mais pro lado. Uma definição bem escrota da minha parte, mas não achei outra maneira de explicar. E veja, não estamos falando dos Estados do nordeste, amontoadinhos e amarradinhos com um rio São Francisco. Estamos falando de um Estado realmente gigante, são menos divisas e menos capitais para decorar. Algo que nos salvou na 5a série (assim como a fórmula de báscara).

Eu nunca confundi a Bahia. Bahia é fácil porque é grande, que nem Mato Grosso. Piauí também não porque eu penso sempre que Piauí é o Estado que parece um estômago visto de costas. Roraima e Rondônia são difíceis porque é muito Estado que começa com R perto um do outro, mas eu sei as capitais deles pelo menos. Eu tenho todo o direito de não saber onde fica o Tocantins porque, na minha 5a série, Tocantins não existia, mas mesmo assim eu sei quem é Tocantins na noite. E o Acre é o mais fácil: ele fica no Rio de Janeiro, é um cenário dentro do Projac.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mamãe enquanto dermatologista.

Das afrontas à minha masculinidade. Aproveitei três dias de folga para descansar junto a mamãe, a vida na roça, o mato, os cachorros, os macacos e a vontade de compor alguma música que chame Rock Rural. Antes de sair para o trabalho, mamãe, aquela que é cheia de suas gracinhas, né?, me chama de canto e diz: "Clay, já que você vai ficar em casa hoje, você devia cuidar da sua pele". (Fora de casa não precisa). Enfim: ela fica preocupada com a minha pele (que?) por conta das muitas viagens: diferentes condições de temperatura e pressão que estragam nossas carinhas bonitas, levemente rosadas e, por esta última condição, sem toda a dignidade que mereço depois de tantos anos prestando serviços (que?) ao mundo.

Ela me mostra dois frasquinhos. O primeiro ela explica: "isso aqui ajuda a limpar a sua pele. é bom porque tem grãozinhos de areia". E eu não sei por que é que graozinhos de areia me deixariam de cara limpa. Pensei então que mamãe quisesse que eu fosse à praia, Santos, Guarujá, qualquer coisa a uma hora daqui, e esfregasse muito mesmo a minha cara na areia. Com todo a merda e mijo dos cachorros leprosos e desgraçados da agonia da vida urbana no litoral. Depois, orgulhoso do visual à milanesa eu poderia levantar e dizer com orgulho "de cara limpa!".

O segundo frasco ela pega, mostra, fala isso, aquilo e eu não assimilo absolutamente nada porque porque já estou rindo internamente. "Do que você ta rindo?". Eu? De nada! Mamãe, você tem sempre razão quando a gente sai de casa e você usa isto para ocasionalmente bancar a velha jogada no asilo e eu efetivamente me sinto assim naquela típica relação de culpa implicita entre filhos e suas mães. Aí ela resolve sintetizar os dois frascos de orientação com a típica poesia materna:

"Sabe, filho, a pele da gente é como uma flor: se a gente adubar e cuidar direitinho, ela cresce bonita*"

Minhas suspeitas estão confirmadas: mamãe quer mesmo que eu esfregue minha cara em areia e merda.