terça-feira, 29 de dezembro de 2009

À procura da felicidade

Este texto também poderia ter outro nome. Ou não. Vou decidir quando chegar ao final dele.

Faz tempo que quero escrever sobre mim. Sobre o "mim" de ultimamente. Eu tenho me sabotado bastante. Grandão. Big time. Sabem? Talvez sim, talvez não. Mas tenho me sabotado. Lutado contra mim, principalmente. Aquilo que dizem sobre alguém ser seu próprio inimigo, bom...digamos que eu seja meu próprio Darth Vader. No fundo, lá no fundo quero meu bem, me preocupo comigo e tenho um carinho forte por mim mesmo. Mas me prejudico incrivelmente sem muito esforço. Sem muito pensar.

Ando procurando acreditar em sinais. Não sei se isso faz de mim uma pessoa religiosa, mas acredito realmente que fazemos nossos próprios sinais. Acontecem "fenômenos" com dez pessoas e cada uma delas tem uma forma própria de encará-los. Chegando em casa agora, peguei o final do "À Procura da Felicidade" (The Pursuit of Happyness) e parei para pensar. Logo no começo do filme, ficamos sabendo que o objetivo do personagem do Wil Smith é caminhar lado a lado com as pessoas bem-sucedidas que ele vê andando em frente aos prédios de escritórios. Ser como eles. Todos nós sempre temos objetivos. Os "o que eu quero ser quando crescer" daquela semana, daquele mês. Daquele momento. Se o filme acaba quando o personagem principal conquista esse momento, na vida real precisamos buscar novos momentos para alcançar.

Eu ando sem um momento desses. E, sem querer ser piegas mas não fazendo muito para evitar. estou sentindo falta de mim mesmo. Ando deixando minha felicidade nas mãos e opiniões dos outros. Por mais que saiba que estou errado em fazer isso, não tenho conseguido evitar esse comportamento. E me sinto deveras burro. Como acho que emburreci de uns meses para cá.

Eu sei que falar sobre isso só alimenta essa situação em mim mesmo, como papel seco numa fogueira. Fotos que a gente não quer mais. Mas me faz bem falar. E ando precisando do meu humor de volta. Então falo. E/ou escrevo.

Queria poder mudar sozinho, sem admitir que outras pessoas poderiam me ajudar. Por não querer depender de mais ninguém. Ciclo vicioso.

Quero terminar - e termino - dizendo que vou mudar. Que vou me corrigir, me consertar. Porque ando errado assim, como profetizou o anjo safado. Tanado!

E este texto poderia se chamar também "Gatos e patos". Mas isso seria equivocado demais. Talvez noutra hora. Mas prefiro que não.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Eu me expresso mal?

Tinha uma época que esse blog aqui me estressava um pouco. Porque se tem uma coisa que me deixa fodido da vida é nego não entender o que eu quero dizer. Porque eu não me acho alguém que se expressa mal por escrito. Mas esta época passou, a época desse blog passou. Para ser mais exato, como disse uma amiga, a época dos blogs diarinhos passou.

E aí restou um pessoalzinho que, na grande maioria, são meus amigos. O restante é suficientemente inteligente para discernir quando eu estou fazendo uma piadinha e quando estou falando sério. Salvando-se algumas exceções, vocês entendem o que eu quero dizer e isso é muito bom. Porque não me deixa naquele dilema do tipo "eu me expresso mal, eu tenho pensamentos muito esquisitos ou a pessoas é que são burras mesmo?"

Este ano, o blog de está sendo um viveiro dos comentários mais diferentes possíveis e imagináveis. Me recuso a pensar que o problema é que o leitor desse blog é burro: ou seja, não é nem que eu sou burro e não percebi. Assim, sério: tem momentos que esse blog é ódio puro (mas tem momentos que é lazer sem fim também, por isso que eu faço).

Coisas que me espremiam

Não posso reclamar de 2009. Foi um ano generoso e as coisas efetivamente giraram para mim. Não foi perfeito, mas só porque nunca é. Se fosse perfeito, eu não teria nada para fazer em 2010 e isso seria muito chato. Muita gente reclama desse ano e quer que a barreira simbólica do revellon passe logo. Dou razão para uma ou duas, teve gente que foi espremida até sair suco dos ossos. O resto reclama de barriga cheia e, ano que vem, vai estar falando exatamente a mesma coisa de 2010.

Não é exatamente uma crítica, é uma constatação mesmo: a gente gosta de reclamar. Eu mesmo reclamo de muita coisa, bla bla bla. Mas não da pra negar que a minha vida, afinal, se acertou nessa parte de trabalho: eu to satisfeito, tenho planos e me sinto estável de grana e de função.

Não sei se está certo pensar assim, mas, para mim, era a base que eu precisava para me preocupar com outras coisas. E, ah, isso tem uma relação enorme com meu post...

2009 foi um ano em que eu efetivamente superei algumas das coisas que me espremiam. O que eu procuro desde, sei lá, sempre. Ainda não saí da casa da minha mãe. Ainda não escrevi meu livro infantu juvenil e nem o meu livro de fantasia. Ainda não esfreguei minha genitália em todas as meninas que tenho vontade. Mas, bem, uma coisa de cada vez, né?

Então pra você aí, que tenha um 2010 em que você consiga acabar tão satisfeito quanto eu. É o que da para eu desejar agora.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sophia, a cadela gente fina


eu sei que a foto é estourada e não está muito boa. a escolha é pelo que ela ilustra

Não tenho certeza da idade dela. Eu costumava pensar que encontrei ela (portanto, que ela nasceu) aos meus 12 anos de idade, então dizia que ela estava com 18 anos de idade.Mas eu não tenho muita certeza disto. Eu esperava que a qualquer momento eu fosse acordar e dar falta dela e do meu carro na garagem porque é o que as pessoas de 18 anos fazem. Não deu tempo dela fazer isto. Mas o importante é que sei que ela viu o impeachment do Collor e o fusquinha do Itamar. Viu o Brasil ser tetra. Viu eu comprar um videogame no lugar de dar entrada em um carro, me arrepender e ainda ter o videogame quebrado. Viu eu aprender a dirigir, viu eu entrar na faculdade e sair dela. Viu eu entrar e sair de depressão. Viu todas as minhas namoradas. A Sophia, a cadela gente fina, viu tudo.

A Sophia, a cadela gente fina, pelo que eu me lembro era o presente de dia das Mães da minha mãe. E no começo deu muita briga, porque já tinhamos um outro cachorro que não foi muito com a cara dela (na verdade ele não ia com a cara de absolutamente ninguém).

E ai que a Sophia dominava a casa, eu dormindo no chão para a Sophia, a cadela gente fina, dormir na minha cama escondido da minha mãe, eu dormindo no chão para a Sophia, a cadela gente fina, dormir na minha cama com o consentimento da minha mãe e, afinal, todos dormindo no chão.

A Sophia era esse tipo de cachorro sem noção. No sentido da pureza mesmo. Armava estas cenas esquisitas como a da foto e fazia esta cara aí de isso aqui é normal, você que não é, não sei do que você ta rindo. Ou sentar numa escada com a bunda num degrau e as patas da frente no nível do piso. Ou deitar na sua cama toda atravessada de um jeito que você mesmo não caberia nem se esforçasse muito. Vocês entenderam. Mas acho que, de tudo, o que a gente mais gostava da Sophia, a cadela gente fina, era o rabo dela. Cada vez que ela balançava o rabinho para os lados, a gente balançava inteiro. Nós já tínhamos outra cachorra, mas ela tinha o rabinho cortado. A Sophia era assim, com rabo. Se eu pudesse pensar em alguma coisa para chamar de alegria que contagia, com certeza esta coisa seria o rabinho da Sophia.

Eu tive diversos outros bichos. Antes da Sophia, a cadela gente fina, já tive tartaruga, peixinho, gatos e uma outra cadela. Ainda tenho outros no estoque lá em casa. Mas desse pessoal todo, ninguém eu gostei tanto quanto ela. Eu sempre soube que ficaria muito triste quando ela se fosse, mas é o tipo de coisa que a gente nunca sabe o suficiente até acontecer. De vez em quando chego em casa e ainda olho pros cantinhos onde ela costumava ficar mais depois que ficou velhinha. O céu dos cachorros deve estar em festa até hoje. Sorte do céu, azar da família Clay, vocês sabem como funcionam os ciclos.

Todo mundo que tem bicho fica com aquela viadagem de dizer "é a minha filhinha". Minha mãe gostava de dizer que ela era a mãe da Sophia e que eu era o irmão.Hoje fazem dois anos que ela se foi, não sou do tipo de fazer posts desse tipo, mas a Sophia a cadelinha gente fina merece.

E você aí não pode me condenar em pensar num céu de cachorros como uma criança faria: é o meu cachorro de infância, desde os meus 12 anos de idade. A Sophia, a cadela gente fina, viu tudo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Pornografia cabeça


Shazam!!! / BRINKS!


Playboy da Fernanda Young né? Vamos falar disto agora que o assunto não está mais na moda. Mantendo minha tradição de chegar atrasado nos lugares. Conto pra vocês uma coisa: eu já comi melhores. E também conto pra vocês mais outra coisa: também já comi piores. Que eu já comi piores vocês acreditam, né? Inclusive vocês acreditam que este agrupamento que carinhosamente denominei de PIORES deve representar uns 99% das mulheres com que já saí. E que este 1% não representa sequer uma mulher inteira. "Tinha aquela lá que eu vi com o Clay uma vez, ela tinha o antebraço esquerdo muito bonito... já não se podia dizer o mesmo do direito". Não condeno vocês: não é meramente mais fácil, é também mais DIVERTIDO dar credito para os descréditos das pessoas.

Também, o que é que eu poderia reclamar, né? Eu já saí com umas meninas tão ruins que, sozinhas, derrubavam o valor de 3 das melhores mulheres com quem eu já tinha saído. Tipo aquela lá que me chamava de CLAYZITOS. Mas não foi isto que eu guardei como o pior dela. O que eu guardei como o pior dela foi o fato dela ser ÁSPERA. Não, não me refiro a um desvio de personalidade: lembro bem de beijar a barriga dela e pensar "cara, esta menina é ÁSPERA". Não encontrei na literatura científica menção a outras pessoas que fossem ásperas. Vai ver que ela era filha de um jacaré com uma lixa de unha, sei lá. Aí passei uma noite pensando que lamber a calçada devia ser muito parecido. Mas, resumindo: ninguém duvida que eu já comi piores que Fernanda Young.

Só o que eu acho é que Fernanda Young tinha toda aquela coisa de mulher independente, bem sucedida, escritora, bem resolvida na vida, exemplo de como uma mulher deveria ser, queimem os sutiãs e cubram homens na porrada, faz um monte de tatuagem pra parecer um mangá, é bem resolvida e da pra quem quiser, etc. E aí alguém fala que ela vai sair na Playboy e ela fala que vai mesmo. E automaticamente começa a se explicar, dando a entender que ela está se rendendo a algo chulo (?), mas com o objetivo de salvar este algo (???). Tipo uma heroína mesmo. E, desculpa, uma pessoa que É não precisa se justificar tanto. Precisa menos ainda repetir tantas vezes que ela é muito melhor que ex-BBB (tudo bem, eu sei que é mais fácil dar crédito para os descréditos das pessoas... mas... como e quem define o que é descrédito, afinal?). Que até onde eu sei, tem duas coxas, dois peitos e tudo mais que ela também tem. E que é o objeto dos ensaios da revista Playboy.

No fundo, se você parar pra pensar, um dos princípios dos ensaios nus da Playboy acaba sendo este: o de trazer pessoas a um denominador comum. Tem atriz de novela, tem passista de escola de samba, tem socialite e tem protagonista de escândalo político. Tem jogadora de basquete, jogadora de vôlei e gente que nem joga nada, mas que pode ter decidido algo sobre a Copa do Mundo de 1990. Daqui a muita lipoaspiração e cirurgia plástica, vai ter ex-aluna de faculdade. E, aí, desculpa, mas tem ex-BBB e tem Fernanda Young. Não adianta tentar se colocar como outra coisa porque você é a mesma coisa que todos. Não existe um jeito de intelectualizar um ensaio nu dentro do conceito desta revista. Nem escrevendo você mesmo o texto de seu ensaio porque nem um poema barroco faria uma Playboy parecer algo intelectualizado. Ela não deve ser algo intelectualizado. Fala que foi por dinheiro ou por vaidade, são coisas que eu acho dignas se assumidas. Para fazer algo realmente diferente, tente sair nu na revista sendo um homem, sei lá.

Se você aí for uma daquelas meninas que acham a Fernanda Young um grande exemplo de mulher a ser seguida, você devia ter vergonha de frequentar a sociedade de um modo geral. Porque ela é só fanfarrona e arrogante mesmo, mais nada. Mas gosto do pouco que já li dela, isto eu admito. Eu tenho preguiça de quem acha ela incrível porque ela provou que não é.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Diarinho sobre Lamúrias

A próxima meta é escrever um livrinho infanto juvenil. Vou explicar para vocês a crise existencial em torno disto. Que este meu emprego novo-que-é novo-faz-quase-dois-meses faz isto com a gente: traz aquela sensação de total desconexão com o mundo. Parece que você está perdendo os amigos, a família, esquece as coisas que sabe fazer ou quantos dentes tem na boca.

Não se parece com a maioria das coisas que você aí já fez, eu te garanto. To longe daquele nível de quem está procurando outra carreira profissional, porque eu to satisfeito com isto. Pintar planilhas de excel continua parecendo mais louvável que fazer 174 copos de suco . Eu prefiro tentar achar alternativas de me manter conectado às coisas. E aí eu acho que ninguém sabe o QUANTO eu gosto de escrever.

E eu não sou muito bom, mas eu tenho um talento ou outro dentro disto. Difícil é publicar um livro, ninguém quer investir em alguém que tem dias contados para escrever. Eu mesmo não quero trabalhar com este cara. Mas as maravilhas da informática, né? Que eu posso escrever uns textinhos e publicar sozinho no meu quarto. Tudo sozinho. Não da pra imprimir em uma gráfica dentro do meu quarto, mas da para digitar o manuscrito e fazer o texto sair. Fica fake mas, e daí, né? O resto eu posso escrever, cantar, interpretar, sugerir, expirar, etc. Não se trata de fazer nada muito legal não. Trata-se de ter um hobby, e isto ta fazendo aquela falta.

Já que eu pareço tão incapaz de escrever algo bom que volto aqui pra fazer esta coisa diarinho sobre lamúrias. O blog tinha mais ou menos esta função, um hobby arte. Hoje eu mantenho ele por puro apego e uma vez por semestre eu escrevo algum texto que eu mesmo acho bom. Aí o lance é fazer um livrinho com umas 200 páginas.

Mostrar pra um punhadinho pequeno de gente e se este punhadinho pequeno de gente gostar eu mostro pra um punhadinho maior depois. Tudo para preservar a minha auto estima, eu não sou meramente gato pra caralho, eu sou orgulhoso também. Vamos ver no que vai dar... o meu manuscrito, este meu diarinho sobre lamúrias, etc. Vou me ater à filosofia de que se ficar uma merda, pelo menos eu me diverti fazendo...

... mas é claro que estou sonhando com glória, fortuna, mulheres arrancando minha roupa no palco e casa de show virando casa de swing. Um homem tem o direito de sonhar, não?

Na verdade eu estou retomando este blog mesmo que seja para ser um diarinho estúpido como uma resistência ao baixo conteúdo do Twitter. Não que eu não goste dele. Mas, né? E todo o saudosismo que o aniversário de 13 anos do ICQ me trouxe. Os tempos áureos da internet... como os tempos áureos em que eu tinha namorada... enfim...