quarta-feira, 24 de março de 2010

Leite Derramado



Então eu li um livro do Chico Buarque. Em minha defesa, digo que não paguei por isto. Aí as pessoas me viam lendo livro do Chico Buarque por aí e eu esperava que elas achassem que meu cérebro era inchado e que tinha tantos neurônios que alguns nem estavam lá, estavam escondidos numa dimensão paralela e se comunicavam com os que cabiam no meu crânio por telepatia. (Existe algo de estúpido em dizer que neurônios se comunicam por telepatia, mas deixa pra lá). Não foi bem isso que aconteceu: as pessoas me perguntavam e eu dizia “na verdade to achando esse livro uma merda” e a resposta nunca era indignada. Alguns reagiam com raiva, outros com pena e acho que alguém teria me dado uns trocados para compensar os danos psicológicos que o livro poderia estar me causando. Engraçado porque eu sempre achei que Chico Buarque fosse algo super cabeça, que as pessoas admirariam. Vai ver que o tempo dele já foi ou vai ver que ele é chato mesmo. Vai ver que o Chico Buarque* é mesmo o Marcelo Camelo de ontem. E aí a Marieta Severo é a Malu Magalhães de ontem? Ta aí alguém que se fodeu então. Eu gosto de Geni e o Zepelim. Tinha tudo o que uma boa história precisa para ser emocionante: putas, reacionários, apedrejamentos e, claro, um zepelim. Mas no geral eu sempre achei Chico Buarque um pé no saco mesmo. Principalmente os fãs de Chico Buarque: aquela corja hipnotizada incapaz de aceitar que alguém critique isso ou aquilo que o cara fez. Seja uma música, seja um livro, seja comer a Malu Magalhães. E pensando assim ele é mesmo o velho Marcelo Camelo porque os fãs desse aí são outro pé no saco (eu não gosto de Los Hermanos, não vou mentir). A diferença é que o Chico Buarque era considerado galã enquanto que o Marcelo Camelo nem mesmo a Marieta Severo diria que é gatuxo.