sexta-feira, 18 de setembro de 2009

José Sarney, o primeiro presidente de que me lembro

Dois joinhas pra você também, seu Zé!

Aí é isso aí, eu me lembro quando fui para São Luis fazer um bico no começo do ano. Aquela, capital do Maranhão. Terra dos lençóis maranhenses, da invasão holandesa, terra da balaiada. Deu ao Brasil a cantora Alcione e Zeca Baleiro. São Luis é a dos semáforos com acabamento de azulejo e daquela lagoa que ficava atrás do hotel que eu morria de medo.

Acho que é em São Luís mesmo que os Sarney moram, ainda que aquele maior de todos seja senador pelo Amapá. Não ligo muito pro Sarney, não sei por que é que as pessoas ficaram tão putas com ele ali. Ele fez um monte de merda e voltou, aí fez outro monte de merda e a gente vai trazer ele de volta se houver oportunidade. Porque ele é um literário e a prerrogativa de ser um literário é ter habilidades em administração pública. Ou o contrário. O Sarney é protagonista de uma das piadas que eu mais contei durante minha infância: não lembro bem como ela era, só lembro que eram vários caras de vários países discutindo heróis nacionais, algo como "no meu país, fulano perdeu uma perna na guerra e se tornou um grande defensor do desarmamentismo". E quando chegava na vez do brasileiro falar, ele dizia "no meu país, um homem foi decaptado, implantaram um coco no lugar da cabeça, colocaram um bigode e ele se tornou presidente da república". Não é porque eu achava isso realmente engraçado, é mais porque era a única piada que eu sabia contar.

Outro dia eu estava com uma amiga na rua e uma criança, com uns 11 anos de idade, no máximo, me parou tentando me vender uma faixa escrito FORA SARNEY. Respondi que eu não queria não. Expliquei que, na verdade, eu adorava o Sarney. Não cheguei a dizer, mas acho que me referia ao escritor. Minha amiga sugeriu perguntar para a criança sabia quem era o José Sarney. Prefiri deixar pra lá, se fosse para discutir algo com ela, que fosse o Bob Esponja. Já que José Sarney é um assunto da minha infância. Sinto saudade daquilo lá: o cruzeiro, o cruzado, o cruzeiro novo, o cruzado novo, a volta do cruzeiro velho, nem sei a ordem das coisas. A hiperinflação, o overnight e toda essa alegria: caos nos supermercados e os carros a álcool que não pegavam no frio nem com reza brava. Depois veio o Collor e a abertura pro mercado externo. Aí veio o Itamar, com ele o FHC e a estabilidade da moeda: logo as pessoas perceberiam o valor real do dinheiro e dos produtos.

Então o Lego deixaria de ser um brinquedo financeiramente acessível para minha família, forçando minha desistência da infância e entrada forçada na adolescência. Eu teria passado mais uns anos montando Lego ao invés de correr atrás das menininhas se aquele sociólogo metido a economista dos infernos assim tivesse permitido.


Eu tenho idade suficiente para lembrar do Figueiredo, na verdade, mas eu não lembro dele. Não aconteceu na minha vida o momento Clay, este é João Baptista Figueiredo, presidente da república. Então eu certamente ignoro isso. Eu tinha 5 anos quando Tancredo Neves foi eleito.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mimimi

Eu estou tão cansado que acho que não tenho muita disposição para dissertar sobre o cansaço. Sinto meu corpo inteiro com aquilo que eu chamo de "dorzinha do cansaço". Aquela, que vocês só chamam de cansaço, porque vocês ainda tem capacidade física de chamar as coisas pelos nomes corretos. Eu tinha pensado em pedir para amputar braços e pernas, assim meu corpo teria menos superfícies sensíveis ao cansaço. Mas aí lembrei que algumas coisas ficam muito importantes ficam difíceis de fazer sem braços e pernas. Tipo escrever um blog. Isto porque há um mês que eu acordo entre 03:00h e 05:00h da manhã e não consigo dormir novamente. É sério. Não estou falando isto para ninguém ter pena de mim. Não estou pedindo um abraço. Mas aceito um pouco de dinheiro, talvez algum sexo. As pessoas perguntavam para mim que horas eu ia acordar e eu nunca sabia. Primeiro que horários entre 03:00h e 05:00h são difíceis de classificar: não sei se isto é "amanhã cedo" ou se "tarde desta noite". Segundo que eu ando sentindo minhas capacidades irem embora: não raciocino mais direito, esqueço coisas, ando irritado e falo palavras erradas. Uma dislexia só: estou deixando de ter um disturbio para ser um distúrbio. Ou estou entendendo o que é tensão pré menstrual. Ando carente, chato, irritado, emotivo e tenho comido mais chocolate do que costumo normalmente. Talvez eu finalmente esteja perto de entender alguma coisa sobre as mulheres.

Enfim, eu só penso nisso: dormir.


Então desculpa pelo sumiço... vocês já nem perguntam mais por onde eu ando, mas acho tão chato não conseguir manter uma constância mínima que seja aqui. Enfim, essa frase foi a prova definitiva de que eu quero sim um abraço. Minha dignidade indo para a casa do caralho, como de costume.

domingo, 6 de setembro de 2009

FOR MEN

Comprei um shampoo para homem. For men, como ele se diz. Aí na saída do supermercado tinha lá uma revista que também era qualquer coisa for men com uma matéria de capa no estilo "fique saradão em um mês" com um cara todo bombadão, mas eu sempre achei que pegava mal comprar revista com homem bombadão. Notem que nem as mulheres compram revistas com homens bombadões na capa, a estética é a mulher gostosa.

Eu na verdade comprei o for men porque eu li numa revista que isto existia e eu nem imaginava mesmo. Que cabelo fazia esta distinção entre ser homem ou mulher. Pensei que fosse tudo proteína mesmo. A revista era uma Playboy, que é uma revista que tem mulher pelada na capa, caso você aí nunca tenha ouvido falar. Aliás, uma tremenda enganação porque você compra pensando que vai ter mulher pelada. E até tem. Mas ela ta escondida ali no meio de um monte de shampoo for men. Veja meu peitinho e compre um shampoozinho, qualquer coisa assim.

Uma revista que fala de homem e põe umas mulheres ali no meio pra enganar a gente. Enganar no nível que me fez comprar tal shampoo for men. Aí hoje eu lavei meu cabelo com ele mas eu não me senti mais masculino com esta revolução higiênica. Na verdade eu não sei bem onde eu quero chegar com tudo isto que eu to dizendo, talvez pra dizer que ser homem está ficando cada vez mais difícil porque é uma coisa cada vez menos definida, os manuais estão desatualizados. O ingresso da mulher no mercado de trabalho. Ou na capa da revista. Sei lá.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

MSN Bizarro

Ela diz:
Sonhei q vc era um matador de aluguel. Pra variar, eu e meus sonhos estranhos uauahuha envolvendo pessoas conhecidas

Eu digo:
Jura? Mas que eu te matei ou que você se sentiu seduzida pela virilidade de um matador?

Ela diz:
auhauhauhhaua eu achava esquisito... vc saía matando as pessoas, meio estranho.

Eu digo:
É meio estranho porque nem é uma coisa que eu faço. Ou pelo menos não fiz na sua frente. Tipo tirar ranho do nariz. É mais ou menos a mesma coisa.

Ela diz:
Hahahahahaha! Vc ja matou pessoas por dinheiro?

Eu digo:
Que nada! Por que você acha que eu sou pobre?

Ela diz:
Hahahahahahahahah!! É verdade... já estaria nadando em dinheiro se fizesse.

Eu digo:
Aí eu casaria com alguma mulher super elegante, culta e artista plástica, daquele tipo que faz quadros horríveis que ninguém compra. Daria pra ela uma mansão com piscina, carro importado, essas porras... e ela ia perguntar "mas de onde vem tanto dinheiro, com o que você trabalhar?" e eu responderia "trabalho com gestão de pessoas"... Pensando assim, eu gostei do seu sonho!